Este não é o país que eu quero
Sabe meu amigo, amanhã vou mudar minha rotina de domingo,
almoçar mais cedo, dormir um pouquinho, colocar uma camisa verde-amarela,
munir-me de uma pequena bandeira brasileira e dirigir-me à praça para a
passeata. Não vou lá só para pedir o impeachment da Dilma ou gritar “fora PT”,
não. Eu quero estar lá para demonstrar toda a minha indignação para com toda a
classe política, independente da sua filiação partidária, pelo que eles fizeram
com o meu país desde sempre.
Eu não quero mais que eles fiquem ricos no final de seus
mandatos, não quero que tenham esta maldita imunidade parlamentar que lhes
garante a sua impunidade mesmo diante de crimes hediondos como roubar a merenda
das crianças, não desejo mais que tenham plano de saúde do Albert Einstein,
pago com o nosso dinheiro, enquanto mandam o povo, que deveriam representar,
para as filas do SUS pegarem senhas para nunca serem atendidos. Eu aspiro que
nossas crianças e jovens, cursem também escolas boas, cursos importantes, como
as dos filhos deles. Eu não quero ficar largado numa maca nos corredores
abarrotados de um hospital sem assistência. O que eu quero mesmo é que eles
deixem de usufruir o que é do povo.
Foi lá no pátio do Grupo Flamínio, quando criança, que me
ensinaram a amar a minha pátria, cantar o seu hino, venerar a sua bandeira e
respeitar a sua população. Foi com o comportamento e exemplos dos meus pais e
irmãos que aprendi a honrar meus compromissos com minha nação e seu povo. Foi
com esta base que procurei mostrar, ano após ano, aos meus alunos, que existe o
caminho da justiça, do respeito, da honra, do amor ao próximo e que temos
sempre um compromisso com os demais cidadãos.
Vou lá no domingo para mostrar que não quero perceber um novo
preço a cada vez que vou num supermercado, que o financiamento da “minha casa”
não existe mais, que a mensalidade da escola do meu filho não está mais
acessível, que uma doença grave não pode esperar meses por uma consulta e muito
menos que meu salário não vai chegar ao fim do mês, pois perdi o meu emprego.
Vou lá indignado porque eles zombaram de toda a população,
mentiram sobre a real situação do país, incentivaram um consumismo exagerado,
faltaram com respeito a quem deveriam representar. Sei que para as minhas
filhas não será mais possível deixar como herança um país sério, honesto,
justo, mas quero que minhas netas saibam que seu avô lutou, participou, brigou
para que elas tivessem isto. Acredito que a omissão de todos nós é que permite
que tais coisas aconteçam.
Sérgio Lordello
Professor
Comentários
Acho certíssimo seu empenho em manifestar o apoio `a uma causa , que ficará marcada na história recente
do Brasil , para a posteridade, o dia em que a população , cansada de tanta corrupção , prepotência e falta ética,deu um BASTA !!!
Não conhecia seu blog , e sou solidária à sua manifestação , pois considero que , o empenho em deixar seu testemunho , nestes tempos tão incertos e cheios de ódios , serão um tesouro que sua netas terão o orgulho de preservar . Parabéns !