Pessoas encantadas...
Elas não precisam de divulgação pelo que fazem, elas
simplesmente o fazem para dar um pouco de conforto, amor, compreensão, carinho
para outros, muitas vezes desconhecidos, mas que a solidariedade aproxima. Nada
de imprensa, Facebook, whatsapp e nem que os vizinhos saibam. Não importa o
tamanho de seus feitos, o que vale é a intenção.
Existem pessoas anônimas, um verdadeiro exército, que,
discretamente e continuamente, fazem um trabalho magnifico de entrega para os
outros sem nem pensar em serem recompensadas. Têm plena consciência das
necessidades das pessoas e se prontificam a estar presentes sempre para suprir.
Tive a honra e o prazer de conhecer muita gente assim mas três em especial
relatarei aqui pois os conheci de perto pelo que fazem:
O Vicente mora ali pertinho do Barzão e, tempos atrás, ia todo
domingo com seu automóvel no asilo, colocava alguns idosos nele e dava um
passeio por lugares que conheceram como o Mercado, a praça, o Limeirão. Pelo
interesse deles, em número cada vez maior, a diretoria liberou uma Kombi para
levá-los, mas com algumas condições: banho tomado, barba feita, cabelo
penteado. Vicente chegava lá toda manhã e lá estavam todos prontinhos, sentados
esperando pelo passeio dominical. Quando voltava, ainda jogava partidas de
dominó com os mesmos, ajudava a servir o almoço e partia feliz pela sua boa
ação. Hoje, ele vai todos os dias no asilo, faz a mesma rotina de jogo,
refeição e nos domingos, como não dirige mais, leva os cadeirantes na praça General
Salgado para se distraírem. Tudo isso sem alarde, sem aparecer mas um grande
coração.
Conheci também o trabalho da Sueli, da Vera e demais
companheiras, comandando o Asilo Cantinho do Vovô, com muita dificuldade, vão
todos os dias lá, ora preocupadas com os estoques e qualidade da cozinha,
remédios, hotelaria, assistência médica. São incansáveis pois resolveram, além
de tudo, construir a sede própria. Conseguiram terreno, projeto, ergueram o
prédio, cobriram, estão na fase de acabamento e brevemente será inaugurado.
Para isso, contando com um exército de voluntários, vão promover agora o
“Carnaval do Cantinho”, beneficente, na praça Rosa Granzoto na Boa Vista. Haja
folego.
Não poderia deixar de
citar o trabalho de preocupação com o próximo da dona Helena, minha vizinha,
todo dia de manhã acorda cedo e varre todas as folhas da frente de sua casa e
das vizinhas. Pedia roupas usadas para conhecidos, arrumava-as, deixava em
ordem e levava numa cidade à beira do rio Tiete para doar as pessoas de lá.
Quantas fraldas conseguiu para pessoas doentes presas em casa, tudo isso sem
alarde mas com muito amor no coração.
Acho que está na hora de nós refletirmos um pouco e
arregaçarmos as mangas também.
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Sérgio Lordello
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