Brasileiro não sabe mesmo votar???
No meu último artigo aqui na Tribuna de Limeira, na véspera do
1° turno das eleições, comentei sobre a polarização sinistra que as pesquisas
indicavam. Aproveitei e dei ênfase que mais uma vez a população havia esquecido
de avaliar os candidatos ao congresso, com a possível permanência das mesmas
raposas lá.
Mas para calar a minha boca e desmistificar a pecha de que
“brasileiro não sabe votar”, o povo fez uma verdadeira faxina no Senado e na
Câmara e também não deixou muitos dos que procuravam desesperadamente uma vaga
para ter foro especial, chegarem lá. Só de envolvidos na Lava-jato 30 políticos
foram banidos desta pretensão. Alguns nomes famosos em artimanhas como Beto
Richa (PSDB), Eunício de Oliveira (MDB), Geraldo Alckmin (PSDB), Dilma Rousseff
(PT), Lindbergh Faria (PT), Romero Juca (MDB), Fernando Pimentel (PT), Edsson
Lobão (MDB).
Uma derrota emblemática foi o fim do clã Sarney, tão influente
na região Norte, mandava em tudo, do ex-presidente José Sarney, tirando a filha
Roseane (MDB) e Sarney Filho (PV), sendo a primeira vez, em sessenta anos, que
ela (família) não tem nenhum representante no Congresso e no governo estadual.
A cereja do bolo coube ao deputado Lucio Vieira Lima, aquele irmão do Geddel, o
que era o “dono” dos 50 milhões guardados num apartamento, o povo baiano
liberou-o para conversar na Justiça.
A Câmara Federal teve a maior renovação de ocupantes em 16
anos, 47,3%. Em alguns estados este índice chegou a 82,7%, como em Mato Grosso
do Sul e Distrito Federal. O desejo de renovação atingiu uns novatos com
ligações familiares com velhas raposas: Danielle Cunha (MDB) filha do
famigerado Eduardo Cunha (preso em Curitiba), Marcelo Crivela Filho,
(primogênito do atual prefeito do Rio) não conseguiram se eleger.
Agora para presidente, um ano atrás ninguém acreditaria que
Bolsonaro se tornaria o presidente do país, mas a falta de sintonia dos
partidos com a população os mesmos não tiveram a sensibilidade em perceber os
anseios de todos por um modelo diferente do que aí estava. A estratégia da
polarização assustou todo mundo e o PT apresentou-se com o mesmo modelo
conhecido, que até teve momentos de euforia no início mas mostrou aspectos
piores que a mesmice dos outros. Então a população resolveu apostar, mesmo
desconhecendo os riscos inerentes, em alguém que discursava de encontro as aspirações
dela. Essa opção pôde ser vista na nossa cidade onde o candidato teve 82% dos
votos válidos.
Sérgio Lordello
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