Coitadinho do meu país...




       Era tudo o que o Brasil não merecia. Depois de 10 anos de incertezas, escândalos de todas as partes, de todas as direções, de todas as tendências, troca ineficiente de presidente, o país ficou parado por uma década e, na hora que poderia haver um alento, seremos obrigados a escolher entre duas alternativas péssimas. Uma delas já disse a que veio tendo como bandeira um projeto apenas de partido e a manutenção do poder, custe o que custar, não importam os meios e nem as formas. Já a segunda construiu sua proposta no desespero do povo em ver a total submissão do atual governo à qualquer grupo com um mínimo de organização, sejam bandidos, corruptos, minorias, políticos descompromissados e convenceu seus adeptos que fazer parte de extrema direita é saudável. Ambos nos remetem a grande possibilidade de ferir a democracia.


       O pior de tudo é que essa polarização nadou de braçada nas redes sociais, nas conversas de boteco, nas igrejas, trazendo um ambiente de desconforto para todos. Foi um tal de repassar memes, notícias, Fake News, preces, mentiras que, por exemplo, o whatsapp da turma do Barzão foi tirado do ar pelas divergências contidas.

Não vi, durante todo este período, nenhuma discussão sobre o legislativo. De todas as pessoas com quem conversei, nenhuma, há dois dias da eleição, afirmou em quais candidatos votaria para os demais cargos. Parecem crer em um ser superior, uma divindade, que tirará este país deste inferno astral em que se meteu, grande parte por culpa de senadores, deputados federais e deputados estaduais.
       Enquanto as nações mais desenvolvidas tem um projeto de país e não de governo, com todas as ações necessárias ao longo do tempo para levá-la ao seu objetivo, enquanto a Coréia do Sul acreditou fortemente na educação por mais de vinte anos para ser uma das grandes; a Alemanha desde 2013, tem ações concretas e reais apostando na 4° Revolução Industrial (Industria 4.0) que já está revolucionando o mundo e nós aqui querendo discutir “porte de arma”, “ideologia de gênero”, flertando com “comunistas e militares” como segundos na linha de sucessão.


       Todos sabem, mas alguns ainda não admitem que, quem seja o presidente, vai depender e terá que negociar muito com o Congresso Nacional. Congresso este ainda formado por Calheiros, Cardosos, Cunhas, Sarneis, Requiões, Gleisis, Stédelis, Maias, Eunicios e muitos mais. E eles, como já fizeram recentemente, não aprovarão a Reforma Política, a da Previdência, a Tributária, do Judiciário, a Administrativa e etc., fundamentais. Eles sabem que se o fizerem serão banidos da política.



Sérgio Lordello

Comentários

Postagens mais visitadas