O futuro é agora




       Final dos anos 70 e lá estava eu, último ano da faculdade, participando do Projeto Rondon na cidade de Flores do Piauí, no sertão deste estado, dormindo em redes, banhando-se na lagoa, por trinta dias. Neste período consegui trocar apenas duas cartas com a namorada porque elas demoravam sete dias para chegar. Hoje trocamos mensagens escritas ou fonadas instantaneamente através do whatsapp com o mundo inteiro e as empresas de telefonia e os Correios estão se reinventando para sobreviver direcionando seus negócios para clientes diferenciados.

       Meu pai tinha uma máquina fotográfica Rolleiflex que precisava de um fotômetro manual para medir a intensidade da luz para os ajustes necessários para uma boa fotografia que eram armazenadas num filme de 12, 24 poses, o qual precisava ser revelado num laboratório e ficava pronta numa semana. Hoje os celulares possuem câmeras com muito mais recursos instantâneos, fazem sozinhas todos os ajustes necessários e enviam imediatamente para onde e a quem se queira. E os fabricantes das câmeras partiram para o mercado profissional com muito mais tecnologia e outras soluções para sobreviver.

       Férias na praia era sensacional, mas para nós “caipiras”, atravessar a cidade de São Paulo sem errar o caminho era para poucos. Era um tal de planejar o roteiro, comprar mapas, pedir conselhos dos amigos que conheciam, parar nos postos pedindo informações e ficarmos desesperados quando errávamos o caminho, pois para voltarmos ao ponto certo se perdia um bom tempo. Primeiro o GPS facilitou muito tudo isto e foi um sucesso de vendas, quase todo mundo tinha um. Daí o aplicativo Waze apareceu e mudou tudo isto novamente indicando agora o caminho, mostrando a melhor rota segundo o tráfego, advertindo a presença de radares, acidentes, congestionamentos, de forma interativa e em tempo real. Os mapas impressos ficaram em desuso, os aparelhos de GPS estão em extinção e seus fabricantes devem ter mudado de ramo.

       Alguém tem ainda uma lista telefônica em casa? O jornal Estado de São Paulo tinha aos domingos vários cadernos de classificados imensos, cadê eles hoje?

Agora apareceu um tal de Uber que já se espalhou no mundo inteiro. Ele transporta pessoas, com veículos bons, disponibilidade, quantidade e principalmente preços bons. Adianta tentar impedir, limitar, coibir ou é melhor a concorrência correr atrás e melhorar os seus serviços como fizeram empresas acima?



Sérgio Lordello

Comentários

MaRy disse…
Os tempos são outros, pena a "cabeça" de alguns continuar no passado. Excelente, Sérgio!
Anônimo disse…
Exatamente! Fico me perguntando o por quê proibir a concorrência. Serviços melhores são oferecidos para que os rotineiros possam mudar e se reinventar. Como se um puxasse o outro para o sucesso. Ou seja, so fica para trás quem quer... só ficam para traz os preguiçosos, os cômodos. E esses? Ninguém sente falta... daí deve vir todo esse medo, com certeza.

Arrasou pai. ��

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