Mundos diferentes
Na
Copa América deste ano, o jogador chileno Jara deu uma dedada (tipo assim:
aquela que os proctologistas dão em seus pacientes homens) no uruguaio Cavani,
no meio do jogo entre as duas seleções e, não contente, simulou uma agressão do
jogador do Uruguai, cavando a expulsão dele de campo. O seu clube, o alemão
Mainz 05, imediatamente o colocou a venda com a seguinte declaração de seu
diretor: -“Nós não toleramos isso. Mais do que a dedada, contudo, o que veio
depois me deixa furioso. Eu odeio jogador que faz teatro mais do que qualquer
coisa”.
O
brasileiro José Maria Marin, que foi vereador, deputado estadual, governador de
São Paulo, presidente da Federação Paulista de Futebol, presidente e vice da
CBF (Confederação Brasileira de Futebol), já havia sido flagrado embolsando uma
medalha dos meninos do Corinthians, campeões da Copa São Paulo, foi preso junto
com outros dirigentes na Suíça, sendo escoltado até a prisão. Continua detido
até hoje. O deputado Paulo Maluf, com um currículo imenso nos meios políticos
como prefeito, governador, varias vezes deputado federal, candidato a
presidente da república, hoje está impedido pela Interpol (polícia
internacional) de pisar em qualquer país de sua jurisdição correndo o risco de
ser preso por uma série de delitos.
Brooks
Newmark, ministro britânico, pediu demissão ao saber que “teria” a publicação
de fotos explicitas suas com uma jornalista do The Guardian, que teria se
passado por uma ativista e inclusive sendo convidada a participar da conferência
do Partido Conservador. Enquanto isto, no Brasil, em 2007, o atual presidente
do Senado Renan Calheiros “parou” o Congresso por meses para se defender das acusações
de ter as despesas da pensão de Monica Veloso, com quem tinha uma filha, por
uma empreiteira que teria sido beneficiada com emendas de obras no porto de
Maceió. Hoje volta a cena como um dos delatados do “petrolão”, ainda no mesmo
cargo da época anterior
Lá
fora um pedestre, ameaça colocar o pé na faixa e todos os automóveis param
dando preferência para ele. Já no Brasil, ou melhor, aqui em Limeira, um
ciclista foi atropelado por um veículo, teve o seu corpo arrastado por mais de
150 metros e o motorista evadiu-se deixando o corpo estendido no chão. Em
Tóquio, uma cidade de treze milhões de habitantes, o montante de três bilhões
de ienes perdidos em locais públicos foi recuperado e devolvido aos seus donos.
Já
em nossa cidade partidos políticos indicaram para uma pesquisa de intenção de
votos os seus candidatos sendo que dois deles estão inelegíveis, um por ter
sido cassado do mandato de prefeito, no maior escândalo político da história do
município e o segundo por uso de caixa dois na campanha.
Comparando
tais atitudes com as de um país sério, será que isto não explica por que
estamos no fundo do poço tanto aqui na terrinha como em Brasília?
Sérgio Lordello
Comentários