A hora do pesadelo II
Sabe
quando você volta de umas pequenas férias, uma fugidinha de alguns dias, um
tempo fora da “terrinha”, louco para saber notícias dos fatos acontecidos na
sua ausência, então, primeiro, ainda na estrada, liga o rádio, sintoniza uma
emissora nativa, procurando notícias alvissareiras sobre o futuro da cidade, ou
como estavam às movimentações políticas para as próximas eleições. Depois,
quando chegamos a nossa casa e lemos todos os jornais atrasados para estar em
dia com os fatos, até mesmo saber quem morreu, interessa.
Pois
é, saiba que levei um baita susto já que numa emissora o apresentador e um
grupo de jovens lideranças políticas tentavam desenhar o quadro eleitoral em
2016, faziam suas projeções sobre praticamente todos os nomes que participaram
da ultima eleição, não se importando com alguns currículos bastante
desabonadores, ou de comprovada incapacidade administrativa, outros com
histórico ligado sempre aos ocupantes do poder. Ao novo, ao inusitado,
atribuíam crescentes dificuldades de se viabilizar nomes para concorrer em pé
de igualdade com os que já estiveram na seara política. Os próprios jornais,
por meio de alguns colunistas, faziam-se valer das mesmas premissas.
A
história de Limeira já mostrou que em algumas ocasiões o povo escolheu entre o
novo, o inesperado, muitas vezes para sair da mesmice, dos vícios, do marasmo.
O Memau, por exemplo, saiu da sala de aula e da banca de advocacia, com um
número até baixo de conhecidos para enfrentar uma eleição, e conduziu a cidade
com dinamismo, com grandes conquistas. O Pedrinho também veio para ser a
alternativa da era Paixão e D’Andrea (que se revezaram em bons e maus governos
por trinta anos), enfrentou mudanças na legislação que continham medidas de
controle mais apuradas que não permitiam mais algumas “irresponsabilidades”
fiscais, atrasos de pagamentos, com um orçamento limitado conseguiu mudanças
significativas para a população.
No
ano passado, num artigo publicado aqui no Jornal de Limeira, fiz uma análise da
eleição de 2012 em Limeira com este texto: - “na ultima eleição municipal
nenhum dos quatro candidatos ao cargo majoritário tinha um perfil de liderança
inquestionável e a escolha foi muito mais pela contagem inversa dos defeitos do
que pelo somatório crescente dos atributos”. Para quem se lembra, tivemos campanhas
com estratégias de baixo nível, com acusações, denuncias, que até a Justiça
precisou intervir no processo.
Parece
que, se as lideranças políticas não tomarem atitudes coerentes, teremos um
quadro em 2016 pior que o anterior.
Sérgio Lordello
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