E tem gente que não gosta
Pensei
em escrever alguma coisa no Facebook sobre o papel das mulheres nos dias de
hoje, no último domingo, mas não foi possível, pois era uma rasgação de seda
para lá e para cá, elogios e só elogios, destruíram a nossa reputação de
machões, nos colocaram abaixo de zero, desfilaram uma série injustiças contra
nós como se não lhes déssemos valor, atenção, respeito. Como se não as
ajudássemos nas tarefas domésticas, pois no meu caso até a cervejinha gelada,
ultimamente, tenho ido eu próprio buscar na geladeira, até coloco o novo rolo
de papel higiênico na papeleira. Chamo isto de conquistas do sexo frágil e a
maior prova disto, lá em casa, família formada por cinco mulheres, pois sou
obrigado, toda vez, há muitos anos, a fazer xixi apenas sentado.
Li
postagens interessantes delas como uma que disse: “Jamais subestime alguém que
sangra todo mês... e não morre”, tem um profundo senso de verdade. Outra
atribuiu à Chanel a sua bandeira: “Uma mulher deve ser duas coisas... quem e o
que ela quiser”, frase própria para incentivo a procurarem os seus espaços.
Agora,
falando sério mesmo, o que seria da raça humana se não fossem elas que participariam
deliberadamente de uma noite de amor para carregar em suas entranhas uma nova criatura
por nove meses, sujeitando-se a ver e a sentir as transformações de seu corpo,
a dor de um parto, a simbiose completa entre dois seres. Esta relação, mesmo
diminuindo em intensidade, vai permanecer até o final de seus dias. Até os
Darwinistas, como eu, concordam que a bíblia esta certa nisto quando afirma que
primeiro Deus criou o protótipo chamado homem, listou e corrigiu os seus
defeitos e somente depois cunhou a mulher em sua perfeição. Dizem até que se
ele criou algo com maior encanto, escondeu somente para ele.
Entre
os melhoramentos que o Criador inseriu nelas está algo infalível: o sexto
sentido. Não discuta, não argumente, não perca seu tempo, concorde com elas,
fique tranqüilo que sua decisão será recompensada. Entre as nossas ferramentas
exclusivas está o GPS biológico, mas que por vezes falha devido a nossa
presunção, já a mulher dispõe de equipamento antigo, mas muito mais eficiente
que é a humildade em se reconhecerem perdidas e perguntarem por seus trajetos.
Até na guerra dos sexos, durante a sedução, elas se fazem de frágeis, de
ingênuas, induzindo-nos como machos a nos iludirmos que as “ganhamos”,
“conquistamos”, “seduzimos”, “cantamos”, “comemos”, mas a verdade é bem outra:
elas nos escolheram, controlaram o jogo e nos deixaram acreditar era apenas o
nosso poder.
E
tem gente que não gosta.
Sérgio Lordello
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