E eles foram apenas trombadinhas...
(www.bolgdoedgarribeiro.blogspot.com)
Muitos tiveram seus nomes ligados à corrupção
e desvio de dinheiro público na história de nosso país. Desde o mais
emblemático deles, Paulo Maluf, que de tanto jurar que não tinha conta no
exterior, acabou acreditando nisto, o único deputado federal de um país que se
pisar fora dele corre o risco de ser detido pela Interpol; passando por Collor
de Melo que foi destituído do cargo de Presidente da Republica por ganhar uma
Fiat Elba de presente; chegando até nós, quando o então prefeito Silvio Felix
foi cassado do cargo por suposto enriquecimento ilícito com a compra de
inúmeros imóveis de forma incompatível com sua renda.
Nós
convivemos com este mal desde sempre, diria que ele é uma endemia epidêmica
(?), pois sempre existiu (como a febre amarela na Amazônia) e se espalha por
todo o país onde existam os seus dois vetores de transmissão: políticos
corruptos e empresas corruptoras. O problema é que parece uma ação orquestrada
pelos seus agentes para que a população vá perdendo a sensibilidade aos princípios
que cada um aprendeu no seio de sua família com seus credos e valores, a ponto
de, por exemplo, ouvirmos comentários favoráveis ao prefeito cassado numa
comparação com o marasmo do atual.
Esta
indiferença que atinge a todos e afligem alguns, faz-nos enxergar com
naturalidade a associação do político com a corrupção, permitindo certa
promiscuidade entre o que é público e o privado. Só que, até agora a ganância
dos agentes estavam dentro de montantes históricos e a população os tinha na
conta de razoabilidade (“rouba, mas faz”). Mas diante das dimensões dos
escândalos surgidos nos últimos 12 anos da gestão petista com o mensalão e
agora com o assalto a Petrobrás, nós voltamos a ficar estarrecidos, voltamos a
ficar indignados com a falta de caráter dos envolvidos.
Quando
ouvimos o montante da pilhagem de Pasadena onde metade de uma empresa é
comprada por U$ 42 milhões e a outra por mais de um bilhão de dólares. Quando o
doleiro da trama senta-se à mesa para fazer sua delação premiada e promete no
ato devolver R$ 55 milhões de reais, temos a sensação que os políticos perderam
de vez a vergonha. Estimava-se, inicialmente, que o rombo da petrolífera
chegaria fácil a R$10 bilhões, mas conforme vai se apurando, talvez este
montante fique muito acima disto.
No
entanto nós brasileiros não temos jeito, mesmo diante dos números e das
tramóias que os partidos da base aliada do governo fizeram, entre eles PT, PMDB,
PP, PR e etc., nós passamos a ficar com dó dos corruptos anteriores, começamos
a tratar o Maluf e os demais de épocas anteriores, como aprendizes,
inexperientes, verdadeiros trombadinhas.
Sérgio Lordello
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