País que dá certo
Domingo
fiquei encantado com a entrevista dada ao Paulo Sillas, no Jornal de Limeira,
pela jornalista Claudia Wallin sobre seu livro: “Um país sem excelências e
mordomias”. No mesmo dia recebo uma sugestão da amiga Dalva Franchesci sobre um
artigo da revista Época desta semana sobre uma estranha e fantasmagórica casa
amarela em São Bernardo do Campo. Então juntei trechos de ambos os artigos mostrando
algumas diferenças entre Brasil e Suécia.
“Na Suécia, os políticos são tratados como
pessoas comuns, não têm direito a nenhum luxo, também não possuem carro
oficial, motorista ou um cortejo de assessores, andam de metro, ônibus,
bicicleta ou a pé”
-
Naquele endereço funciona o “escritório de representação” do Conselho Nacional
do Serviço Social da Indústria, o SESI. Foi criado por aliados no governo de
Lula. Quem a banca são as indústrias do país cuja principal finalidade é
qualificar os trabalhadores das indústrias.
“Cada passo dos políticos é fiscalizado. O
político não está ali para se enriquecer, mas trabalhar para o bem comum. Não
há nenhum sentido manter um sistema de privilégios que vem desde os tempos das
caravelas”.
-Estava
em busca de Marlene Araújo Lula da Silva, uma das noras do ex-presidente Lula.
Marlene raramente aparece no serviço, apesar de ter um salário de R$ 13.500
mensais. Disse trabalhar em programas do SESI na capital paulista e na região
do ABC. Fico muito tempo fora do escritório. Tenho uma jornada flexível.
“Na Suécia esse número de funcionários para um gabinete não
existe. Ela relatou que eles não têm gabinete e trabalham de casa. Não é como
no Brasil em que se colocam todos os afilhados lá dentro em cargos de
confiança”.
- Na
sede do SESI, em Brasília, uma das que não entravam no próprio computador
chama-se Márcia Regina Cunha. Ela é casada com o ex-deputado João Paulo Cunha,
do PT de São Paulo, condenado no processo do mensalão. Foi Márcia quem buscou
os R$ 50 mil, em dinheiro vivo, que João Paulo recebeu de Marcos Valério. No
SESI, Márcia está empregada como gerente de marketing desde 2003 e recebe R$ 22
mil por mês.
“Lá a imprensa tem um papel importante e
fiscalizador. É preciso ter uma pluralidade de opiniões e uma imprensa livre.
Qualquer parlamentar que se atreva a tomar um táxi com dinheiro público vira
manchete de jornal. A educação é base de qualquer mudança numa sociedade”.
- Além
de atender pedido de amigos, Jair Meneguelli, o presidente do SESI (há meses em
que ganha quase R$ 60 mil – somando ao salário uma “verba de representação”), também emprega os seus. Um deles é o petista
Osvaldo Bargas. No período em que Meneguelli presidiu a Central Única dos
Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, Bargas era seu número dois. No SESI, recebe
salário de R$ 33 mil. A sindicalista Sandra Cabral, amiga do ex-tesoureiro
petista Delúbio Soares, também conseguiu emprego lá. Recebe R$ 36 mil por mês...
Que país é
esse?
Sérgio Lordello
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