Subsídio

(www.cbnrecife.com)

         Que delícia o jantar que a nossa turma do Barzão foi, semanas atrás, num restaurante, à beira de um lago, na cidade de Araras. A ideia partiu do Jair, como sempre, o nosso “diretor de eventos”, que acertou o preço do jantar e propôs que alugássemos uma van, para evitarmos um encontro com algum “bafômetro” desavisado. Um de nós ficou encarregado de contratar a van e trouxe uma proposta com um veículo maior que o necessário, mas bastante confortável. Resolvemos dividir o valor pelo número de casais, com a concordância de todos.
         No entanto, no dia, um dos casais do grupo apareceu, na saída, com sua filha e mais três amigas que precisavam resolver problemas na faculdade de lá e pegariam carona na ida e na volta. Pronto, nova discussão sobre quem arcaria com as despesas das novas companheiras.
         Do texto acima tudo foi verdade, menos o último parágrafo, mas serve bem para ajudar explicar a necessidade de se subsidiar parte do custo do transporte coletivo no município. Qualquer pessoa de bom senso sabe que um ônibus tem um custo por quilômetro que rode, incluindo nele: combustível, mão de obra, manutenção, depreciação, tecnologia embarcada, impostos e etc. Acrescido, é logico, do lucro da empresa. Então é feita a soma dos custos de todos os ônibus juntos e divide-se o montante pelo número de passageiros do sistema, como no caso da van acima. No entanto, por força de leis, algumas justas e importantes e outras nem tanto, permite-se que inúmeros usuários não precisem pagar o valor integral da passagem.
         Então, quem efetivamente paga para que outros tenham algum benefício é o usuário normal, não o governo e muito menos as concessionárias. Pior ainda, na divisão do custo do sistema pelo número de passageiros para definir o valor da tarifa, quanto menor for este último, o resultado será cada vez maior (mais cara), ou seja, injusto para quem efetivamente banca o sistema. Alguém tem que assumir esse reparo social. Empresas em geral já fazem isso com seus funcionários pagando o vale-transporte, mas não o fazem com seus clientes que tem que se deslocar para vir gastar nos seus estabelecimentos. Sobra então o poder público, a quem interessaria ter um sistema de transporte coletivo eficiente que atraísse cada vez mais passageiros, diminuindo o número de automóveis nas ruas fazendo com que ele não precise investir em viadutos, alargamentos, novas vias.
         Agora, se valor repassado ás concessionárias é correto depende da qualidade das informações do sistema que a Secretaria da “Mobilidade Urbana” dispõe para gerenciar. Com toda a tecnologia embarcada hoje existente é possível chegar a um valor justo, mas é necessário melhorar primeiro as condições para os usuários, já que nem na idade da frota elas cumprem o contrato.


Sérgio Lordello

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