Valeu mesmo muito a pena

(mensagens.culturamix.com)

“Prezado colega: professor e escritor:
Teu livro de crônicas chegou-me por acaso, trazido pelo meu irmão Giocondo para o hospital onde estava internada nossa mãe. Mostrou algumas crônicas a mim e ao meu marido, mas vendo meu interesse em ler mais, deixou o livro comigo. Naquela noite, junto à minha mãe agonizante, tive uma grata companhia a dar-me alento às horas solitárias e dolorosas: teu livro.
Que feliz ideia foi a tua ao reunir as crônicas em um só volume! Pude rir com tuas peripécias e de teus “maldosos” amigos, entre aspas, porque tais maldades são apenas uma forma de chamar as brincadeiras criativas e gozadoras; pude também indignar-me com a falta de caráter e compostura dos políticos de tantos tempos: tanto os antigos como os de atualmente – parecem, como diria Monteiro Lobato, urupês – essa praga que, por mais que se corta, sempre brota! Porém, pude, principalmente, voltar no tempo... Também vivi minha juventude nos anos 60 e 70, grande parte dela em Limeira, onde passava minhas férias escolares (morava com meus pais em Tambaú, mas vinha semestralmente visitar meus parentes daqui), convivi com alguns de tua turma de escola, já que teus amigos também o eram de minha prima Márcia Negro Bellon – o Niltinho (seu namorado na época), o Beto Savoy e a Sueli Fior, também namorados, a Salete e o China e mesmo você, quem conheci mocinho. Muito bons tempos... A Sueli homenageada na crônica homônima também era vista por mim tal como você a descreveu – muito linda, alegre e companheira, uma graça de pessoa que coloriu nossas vidas por um tempo. Tuas reflexões acerca dos valores com os quais fomos educados também me soam muito familiares. Vínhamos de famílias, cujos pais demonstravam em atitudes o que é ser honesto, solidário, amigo, ter respeito ao próximo – dentro de nossas casas, sem que as escolas tivessem que assumir esse tipo de educação – a doméstica. Em 1973, mudei-me definitivamente para Limeira, morávamos na mesma rua, perto da igreja São Benedito. Por tantas coincidências, ousei escrever-te meus comentários.  Estudei meu último ano do Ensino Médio, ou colegial, como era chamado na época, no extinto ”Dr. Ely de Almeida Campos”; com o Djalma, hoje diretor do jornal onde você publica teus textos, foi meu colega de classe, menino loirinho de cabelos encaracolados!
Enfim, agradeço a metonímica companhia. A tristeza estava ali, rondando-me, mas havia alguns anjos em forma de palavras a permitir-me desviar um pouco meus pensamentos e sentir outras sensações acalentadoras. Continue escrevendo, porque além de “só dar aulas”, como o querem seus alunos, você tem o dom de encantar teus leitores. Parabéns.
Christina – diretora de escola (profissão), professora (vocação), contadora de histórias (paixão) e escritora (pretensão) - Outubro/2013.”

Obrigado Christina.


Sérgio Lordello


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