Nua e crua realidade
(www.g1.globo.com/matogrosso)
Lá
foi palco de muitas reuniões da família nos últimos 30 anos. Não só, pois gerações
de alunos do Cotil também realizaram churrascos de confraternização. Também nós
professores, em incontáveis sextas-feiras, fizemos nossas “reuniões
pedagógicas” regadas a muita carne e cerveja e de tantas histórias engraçadas,
como a do saudoso Paulão que sempre me obrigava a ligar para sua casa, como se
eu fosse o Zé Ulisses, seu diretor, convocando-o para a “reunião” naquela
noite.
O
tempo passando, pouco uso, percebemos que a relação custo/benefício de nossa
chácara nos recomendava a vendê-la e foi o que fizemos. A empresa interessada,
primeiro buscou informações sobre as leis que regiam a área para construção de
um empreendimento, depois fez um levantamento de todo os tipos de árvores lá
existentes e se, legalmente, poderiam ser removidas. Estando tudo certo nesta
fase, procurou informações sobre nós, proprietários, e exigiu certidões
negativas em todos os cartórios, prefeitura, pendências judiciais, certidões de
batismo, crisma, até diploma da Escola Remington, enfim revirou as nossas vidas
para fazer o negócio.
Dia
destes fiquei imaginando como seriam os dados que uma empresa de grande porte,
como a Mercedes ou Hyundai, buscaria para decidir se escolheria Limeira para
montar um negócio bilionário. Com certeza olharia primeiro para a localização
geográfica, potencial econômico, formação da mão de obra, qualidade de vida e
etc. Todos os itens referentes ao setor privado, inerentes ao município, sua
população, empresariado, serviços disponíveis.
Com
certeza, procuraria também informações sobre a atuação dos poderes
constituídos, pois muitos aspectos em relação à instalação dependeriam da boa
vontade e da atuação da Prefeitura e da Câmara. Então, assim como a empresa que
comprou nossa chácara, encontraria nas manchetes de jornais, apenas neste
ultimo mês, algumas situações interessantes: “Prada pedirá despejo da
Prefeitura na Justiça” (16/10/13); “MP quer bloqueio de bens em processo contra
Tércio (Secretario de Administração - 04/10/13); “Juiz recebe 4 ações penais
contra Félix” (ex-prefeito - 07/11/13); “Prefeitura ignorou preço 66% mais
barato” (CPI da dengue – 19/10/13); “Zeuri substitui Marco Aurélio na Saúde”
(interino do interino – 18/10/13); “Félix irá à CPI do Aeroporto” (01/11/2013);
“Aberta ação; Zeuri é réu em Rio Claro” (04/10/2013); “Iracemápolis apresenta
nova logomarca” (Com custo zero, projeto foi feito em parceria com faculdade –
19/10/13).
Na
Câmara também não seria diferente: “TV Câmara custará R$ 8,8 milhões”
(03/11/13); “O corregedor Jú Negão instaurou oficialmente o processo
administrativo contra os vereadores Zé da Mix e Dr. Júlio” (29/09/13).
-“Não
é melhor procurarmos outra cidade para nos instalarmos?”.
Sérgio Lordello
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