Agora, até um blog eu tenho
Foi um susto. De repente recebi um email da Paula convidando-me para escrever mensalmente para o Jornal de Limeira. Justo eu que tinha, no máximo, escrito alguns cartões de Natal para a loja da minha esposa. Passado o temor inicial por ter, ousadamente aceito o convite, passei a imaginar e a duvidar se haveria alguém interessado em minhas opiniões e histórias.
E não é que algumas pessoas leem mesmo. Parece incrível, mas outras, ao me encontrarem, opinam sobre o conteúdo, dão sugestões e até o José Geraldo afirmou que iria adotar um dos artigos para trabalhar com os alunos da sua escola. Lógico que os parentes também engrossaram esta lista. Eufórico, levei toda a família jantar no shopping para comemorar.
Então, a cada artigo publicado, passei a adotar um ritual: 05h30min da manhã postava-me no meu portão esperando o jornaleiro com a nova publicação. Depois do banho então, dirigia-me a um café para ver se comentavam alguma coisa, mas descobri que ninguém lia jornal àquela hora da manhã. Com o tempo, perdi a ansiedade e passei a esperar os comentários acontecerem, como o do Miro que adorou aquela história dos casais na praia, ou o do André sobre “as rosas que falaram”. E a dona Neiva então, que gentileza, descobriu o número do meu celular só para dizer que o “seo” Genor, seu saudoso marido, falava a mesma coisa sobre o que fazer na aposentadoria.
Pude perceber como é maravilhoso poder se comunicar com outras pessoas e como devem ser fantásticas as “profissões” de jornalista, cronista, poeta, escritor, músico e outras. Nem imaginava o quanto algumas palavras, gestos ou sons têm o poder de mexer com os sentimentos das pessoas. Que bom também sentir que informações pesquisadas por nós podem esclarecer assuntos polêmicos.
Num primeiro momento rejeitei a sugestão dada pela Bruna, minha filha, de criar um blog:
- Nem pensar. Isso é coisa para gente jovem como você. Quem vai querer ler o que eu postar!!!
Mas em outubro ultimo, não resisti as suas argumentações (ou chateações) e, com sua ajuda montei um para colocar as crônicas e artigos publicados pelo Jornal de Limeira, fotos interessantes tiradas por um principiante e receitas minhas e de amigos.
Quando você clica o botão publicar, começa o seu martírio. Quem será o louco que vai entrar no seu blog? E se ninguém entrar então? Combinei com a Bruna para ela não contar para ninguém de casa sobre ele, pois em caso de fracasso de público, bastaria tirá-lo do ar e esquecer o assunto.
Uma noite sem dormir e no outro dia, na hora do almoço, acessei-o e vi que vinte pessoas haviam entrado. Nos dias seguintes mais internautas estiveram visitando-o. Hoje, após cento e trinta dias de sua criação, 2906 pessoas o acessaram sendo 72 de outros países como Estados Unidos, Inglaterra, Croácia, Rússia, Itália, Portugal. Ufa.
Eufórico, levei de novo toda a família jantar para comemorar. Agora numa churrascaria.
Sérgio Lordello
professor
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